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28/04/2017 14h15
Crise nos Correios pode comprometer as entregas e gerar atrasos

Os Correios informaram na sexta-feira (28) que 20,19% de seus funcionários aderiram à greve da categoria, iniciada no dia anterior. O número, de acordo com a estatal, foi apurado por meio do sistema eletrônico de presença nas agências.

Segundo dados atualizados nesta terça-feira (2), os trabalhadores da capital paulista decidiram, em assembleia da categoria, manter a paralisação e, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP), a adesão ao movimento já está em cerca de 70%. Uma nova assembleia será feita na próxima quinta-feira (4).

A empresa afirmou que o movimento ocorre principalmente nas áreas de distribuição, o que pode comprometer as entregas e gerar atrasos.

Na quinta-feira (27), a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), que representa os profissionais da área, disse que 33 dos 36 sindicatos filiados optaram pela paralisação. Nesta mesma data, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deferiu uma liminar em favor dos Correios, determinando os sindicatos mantenham efetivo mínimo de 80% em cada uma das agências.

Os Correios divulgaram que iniciaram um plano para minimizar os efeitos da greve para os consumidores, que inclui o deslocamento de funcionários entre unidades, apoio de pessoal administrativo e horas extras.

Nas agências que estão abertas, serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje) seguem suspensos.

Motivos da greve e crise dos Correios

A Fentect diz que a greve é contra a privatização, demissões e retiradas de direitos, além do fechamento de mais de 200 agências dos Correios no país.

Os Correios enfrentam uma grave crise econômica e vêm tomando medidas para reduzir gastos.

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, estimou que a estatal teve um prejuízo R$ 400 milhões no primeiro trimestre, após ter registrado perdas anuais de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016.

Ele disse ainda que a estatal não tem condições de arcar com sua folha de pagamentos e que demissões de servidores concursados estão em pauta.

A companhia não contrata há vários anos - o último concurso foi realizado em 2011.

No ano passado, a empresa anunciou um Programa de Demissão Incentivada (PDI) que pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram.

Os Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano.

(Com informações do Portal G1 - texto atualizado em 2/5/2017)