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16/06/2016 14h55
Motoboys relatam problemas com empresas de aplicativos

Nesta quarta-feira, 14, o sindicato laboral que representa os motofretistas da capital paulista (Sindimoto) publicou em seu site a denúncia do trabalho em “regime de escravidão” de motoboys que são intermediados por empresas de aplicativos.

De acordo com a entidade, centenas de motoboys foram até o sindicato denunciar práticas abusivas por parte dessas empresas que inicialmente prometiam altos salários, jornada de trabalho flexível, entre outros benefícios, mas a realidade mostrou-se outra, bastante diferente, colocando esses trabalhadores em péssimas situações para executar os serviços de distribuição rápida e sem nenhuma garantia previdenciária e trabalhista.

“Os motociclistas que trabalham para essas empresas têm custo que gira em torno de R$ 2 mil fixo por mês”, informa o sindicato e relata que até mesmo o diálogo deles com essas empresas está difícil. “Segundo informações dos próprios motoboys, eles estão sendo coagidos com o recado de que serão bloqueados no sistema de apps”, informa o portal sindical.

Ainda conforme o texto, esses motofretistas pedem uma intervenção sindical para que tenham seus direitos assegurados. Vale ressaltar que já existe uma lei federal (12.009/09) que assegura esses direitos – e elas devem ser cumpridas.

“Diante da denúncia de escravidão da categoria, o Sindimoto não só repudia as diretrizes gananciosas das empresas, como já ajuizou denúncia no Ministério do Trabalho e Previdência Social e Ministério Público do Trabalho que, inclusive, já determinou em audiência explicações para as referidas empresas sobre as atividades exercidas”, declara o sindicato laboral.

O SEDERSP, sindicato patronal da categoria, manifesta total empenho e apoio no combate a práticas irregulares do setor, principalmente no que se refere à segurança e bem-estar dos profissionais motofretistas, e esclarece que também vem atuando fortemente junto ao seu departamento jurídico, cobrando do poder público mais rigor e fiscalização de todas as empresas que atuam com o serviço de entregas rápidas no Estado de São Paulo.

“Repudiamos qualquer irregularidade que retroceda os avanços conquistados no segmento de duas rodas, seja na exploração da mão de obra desses profissionais que atuam sem garantias de direito, elevando, inclusive, os índices de acidentes e mortes no trânsito, bem como na ilusão para o tomador, que, nesse caso, contrata diretamente o serviço, arriscando-se, na condição de solidário, com as responsabilidades exigidas por lei e que não são cumpridas nessa atual realidade diante dessas empresas de aplicativos”, destaca o presidente do SEDERSP, Fernando Souza.