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02/02/2016 11h40
DGABC publica reportagem sobre acidentes causados por pipas com cerol

Acatando a uma sugestão de reportagem do SEDERSP, o Diário do Grande ABC publicou nesta segunda-feira, 1º, importante matéria de alerta sobre os problemas decorrentes do uso de cerol de pipas.

Entre os entrevistados, o jornal conversou com um dos diretores do sindicato patronal, o empresário Marcelo Sorrini, que vinte anos atrás foi vítima de linha de cerol e hoje, juntamente com a entidade, não mede esforços para combater essa prática ilegal, conscientizar os motociclistas sobre ouso dos equipamentos de segurança e cobrar das autoridades uma fiscalização rígida sobre esse tema. Veja a íntegra da matéria publicada no DGABC:

Pipa com cerol causa acidente fatal em cerca de 25% dos casos

Empinar pipa com cerol pode ocasionar morte em 25% dos acidentes envolvendo motociclistas. Apesar da venda do material ser proibida por lei, ele pode ser obtido na internet e em estabelecimentos comerciais. Aliada à falta de equipamentos de segurança das motos, como capacetes e antenas corta-pipas, a prática ocasiona tragédias. O levantamento é da Abram (Associação Brasileira de Motociclistas).

Com risco tão grande, sobreviver à situação pode ser considerado uma segunda chance. Há 25 anos, o atual diretor do Sedersp (Sindicato das Empresas de Distribuição de Entregas Rápidas do Estado de São Paulo), Marcelo Sorrini, 47 anos, foi atingido por linha com cerol quando andava de moto. “Não estava com o capacete. Comecei a sentir algo incomodando meus olhos. De repente começou a queimar. Quando parei ao lado de um carro, percebi que estava ensanguentado e havia um grande corte.” Ele se recuperou totalmente, mas hoje evita andar de moto em período de férias escolares, quando a incidência das pipas aumenta.

Conforme a delegada titular do 3º DP (Distrito Policial) de São Caetano, Lucy Mastellini Fernandes, mesmo com a gravidade dos acidentes, o período de reclusão para quem empina pipa com linhas cortantes é pequeno. “É um crime que se encaixa como periclitação de vida, cuja pena varia de três meses a um ano, porque a conduta é expor a vida do outro a risco. Mas isso só se caracteriza caso se praticar o ato em áreas de grande circulação.”

A delegada também esclarece que, se houver vítimas, as punições são mais severas. “Se o pipeiro ferir alguém, pode ser enquadrado no crime de lesão corporal e, se matar, responde por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e em algumas situações por homicídio doloso (quando há intenção de matar), uma vez que ao utilizar o cerol ele assume que pode colocar a integridade do próximo em risco.”

A empresa andreense Jojafer produz antenas corta-pipas há 12 anos. De acordo com o coordenador de marketing, Edgar Santos, a procura pelo produto é maior nos meses de férias. De acordo com a Lei 12.009 de 2009, o uso das antenas corta-pipas é obrigatório para motociclistas que usam o veículo para trabalho. A lei, porém, carece de diretrizes para aqueles que utilizam as motos para o lazer.