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04/08/2021 09h00
Com aumento de golpes, Procon-SP quer proibir pagamento de delivery na entrega

O Procon-SP estuda medidas para que as empresas responsáveis pelos aplicativos de delivery estabeleçam que os pagamentos sejam feitos apenas de forma online — cobranças no ato da entrega ficariam proibidas. A iniciativa acontece diante do aumento observado nos casos de golpes aplicados por entregadores.

O órgão de defesa do consumidor registrou um aumento de mais de 136% nas reclamações sobre golpes aplicados por entregadores de apps de comida. De janeiro a julho deste ano, foram registrados 341 atendimentos contra as empresas Ifood, Rappi e Uber Eats, no mesmo período do ano passado foram 144. Até o mês de julho deste ano, Ifood teve 123 reclamações, Rappi, 124 e Uber Eats, 94.

Segundo o Procon-SP, os consumidores reclamam que os valores debitados no cartão são superiores ao preço correto e que só percebem o golpe após a entrega ter sido feita e o pagamento ter sido efetivado. Questionam ainda que, apesar de reclamarem com a empresa responsável, não conseguem reaver os valores.
“Diante da explosão de golpes aplicados na entrega de mercadorias por delivery, o Procon-SP estuda medidas para que as empresas proíbam qualquer tipo de cobrança por cartão no ato da entrega”, avisa Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP. “Como medida de prevenção, o Procon-SP já vem orientando os consumidores a efetuarem os pagamentos de forma online e nunca no momento da entrega, de modo que o contato entre cliente e entregador seja exclusivamente para receber a mercadoria”, explica.
Ainda segundo o órgão, recentemente foi divulgado pela imprensa um vídeo de uma mulher recebendo uma entrega de comida em casa. Sem a consumidora perceber, o entregador filma a frente e o verso do cartão enquanto afirma que está aguardando o sinal para conseguir fazer a cobrança. O entregador também se oferece para iluminar a máquina enquanto a senhora digita a senha.
Valores reclamados
Os valores reclamados pelos consumidores ultrapassam R$ 1,3 milhão. Até julho deste ano, a soma dos valores foi de mais de R$ 650 mil, sendo R$ 289 mil do Ifood, R$ 253 mil do Rappi e R$ 110 mil do UberEats. No mesmo período de 2020, esse valor foi de mais de R$ 695 mil — R$ 437 mil do Ifood, R$ 232 mil do Rappi e R$ 25 mil do UberEats.

(Site Ecommerce Brasil)