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07/10/2020 11h00
Pequenos negócios com dívidas em dia têm mais crédito aprovado que empresas sem débitos

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas mostrou que, considerando o perfil dos pequenos negócios com relação a dívidas, os empreendedores que mais buscaram empréstimos e que tiveram maior índice de aprovação no crédito foram aqueles que estavam com as contas em dia.

O levantamento feito na última semana de agosto, junto a um universo de 7,5 mil donos de micro em pequenas empresas de todos os estados, revelou que os empreendedores com dívidas em dia representam o grupo que mais solicitou empréstimos desde o início da pandemia (68%). Na situação oposta, as empresas que não têm dívidas foram as que menos tentaram empréstimos (77% não buscaram crédito). Já entre as empresas com dívidas em atraso, 61% procuraram obter um empréstimo.

Esse comportamento se reproduz também quanto ao sucesso na solicitação do crédito. O melhor resultado foi alcançado pelas empresas que tinham dívidas em dia (41%). Entre os pequenos negócios sem débitos, a proporção de Pequenos Negócios que conseguiu crédito foi o mais baixo, apenas 4%. Este grupo, geral, parece que prefere não tomar empréstimos.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa confirma análises feitas pelo Sebrae a partir de dados do Banco Central, que mostram que as instituições financeiras estão privilegiando, neste momento, as empresas com as quais já mantinham um relacionamento antes da crise. “No segundo trimestre de 2020, o período mais grave da pandemia, somente 20% de todo o crédito concedido para empresas no país foi para os pequenos negócios.

Os dados confirmam também que as instituições financeiras mantêm inalterados os seus procedimentos de avaliação de risco e seleção de clientes”, comenta Meles. Segundo o presidente do Sebrae, a dificuldade de acesso a crédito por parte de pequenos negócios ficou mais evidente durante a pandemia, principalmente para aqueles empresários que não tinham um histórico de relacionamento e crédito pré-aprovado antes da crise para realizarem novas operações ou renovarem as existentes.

(PEGN)