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31/07/2020 18h00
Nossa bandeira continua a mesma

Julho começou agitado no setor de motofrete. Logo no primeiro dias do mês, entregadores de apps realizaram uma grande paralisação e que teve à frente da manifestação grupos distintos, porém, até então, todos com as mesmas reivindicações, entre elas melhores condições de pagamento e trabalho, seguros de vida e acidentes bancados pelos apps, além de garantia do direito à contratação por CLT.

Diante da realidade vivida por esses motoboys, agravada com a crise pandêmica, o sindicato patronal entendeu que o que esses entregadores de aplicativos reivindicavam na ocasião eram os mesmos direitos já praticados em nosso setor formal, e por essa razão, a entidade apoiou a legitimidade da manifestação, desde que ocorresse de modo pacífico, como forma de chamar a atenção de toda a sociedade.

O manifesto ganhou repercussão nacional dado o grande número de manifestantes. Houve quem concordasse e discordasse do movimento, e isso é natural e devemos respeitar as opiniões adversas.

De lá para cá outros atos, de menor impacto, ocorreram sob forma de chamar a atenção para os problemas dos apps, ocorridos nos dias 14 (São Paulo) e 25 (nacional), porém, em grupos distintos e não mais unidos com as mesmas propostas. No dia 14, o manifesto foi organizado na capital paulista pelo sindicato laboral da categoria. Dia 25, a paralisação foi movida por motofretistas autônomos, sendo que um grupo defendia a CLT como principal bandeira e outro não.

Matéria publicada no UOL relata o que denominou de “divisão entre o sindicato [laboral] e a organização da greve” que, segundo o portal, “já ocorria antes do primeiro protesto” e que “ficou mais escancarada neste novo ato”.

Intitulado “Ato de motoboys pede taxas mais altas de apps e expõe racha político na categoria”, reportagem da Folha de São Paulo também aponta a grande repercussão política nacional do primeiro manifesto, ocorrido no dia 1º de julho e cita a pequena adesão e a não participação sindical laboral no ato do dia 25.

O jornal também destaca as divergências de atuação evidenciadas e a formação de diferentes grupos no último manifesto, já que neste houve a participação de pessoas que defenderam a autonomia do motoboy, com melhores condições de trabalho, mas se posicionou contrário à CLT e quem levou como principal bandeira a CLT.

Diante disso e do apoio que a nossa entidade manteve no primeiro ato, a considerar as reivindicações atuantes em nosso sindicato patronal, há de se reforçar aqui que nossa defesa é pelo cumprimento da legislação vigente do setor e que tem como princípio básico a manutenção do regime celetista no serviço de entregas rápidas no que se refere à contratação do colaborador para essa finalidade.

(Palavra do presidente do SEDERSP, Fernando Souza)