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27/05/2020 15h15
Doria prolonga quarentena em SP com retomada gradual da economia

O governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quarta-feira, 27, o prolongamento da quarentena no estado de São Paulo por mais 15 dias e o início da retomada das atividades econômicas no estado, de acordo com a fase de disseminação da epidemia em cada região. As novas medidas entram em vigor na segunda-feira, 1º de junho.

“Estamos anunciando a retomada consciente a partir do dia primeiro de junho. A partir do dia 1º de junho, por 15 dias, manteremos a quarentena, porém, com uma retomada consciente de algumas atividades econômicas no estado de São Paulo”, disse Doria, durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes.

O plano foi chamado de “retomada consciente” e prevê a flexibilização da quarentena mediante os seguintes critérios, definidos pela secretaria estadual da Saúde e pelo Comitê de Contingência para Coronavírus: redução consistente do número de casos, disponibilidade de leitos nos hospitais públicos e privados, taxa de distanciamento social e uso obrigatório de máscaras.

De acordo com o governo do estado de São Paulo, em 15 de março, início da pandemia no país, São Paulo respondia por 68% dos casos de coronavírus no Brasil. Hoje, essa taxa caiu para 22%. Em relação ao número de óbitos, em 1º de abril, o estado tinha 68% dos óbitos por Covid-19 confirmados no país. Hoje são 26%. A queda foi atribuída ao sucesso das medidas de distanciamento social.

Segundo Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, a curva de contágio do novo coronavírus em São Paulo ainda está aumentando, mas houve uma desaceleração. Ou seja, o aumento acontece de forma mais lenta, o que permite a adoção de uma flexibilização em fases.

O plano do governo prevê cinco fases, cada uma corresponde a uma etapa da epidemia e a medida que determinada região avança nas fases, há maior flexibilização da atividade econômica. De acordo com a classificação atual, a maior parte do estado poderá adotar algum nível de flexibilização. No entanto, as regiões da Grande São Paulo, Baixada Santista e Registro deverão manter os moldes da quarentena atual pelo menos até o dia 15 de junho. Essas regiões estão classificadas na fase 1 (vermelha), na qual há contaminação e apenas serviços essenciais podem funcionar.

Por outro lado, a capital paulista e grande parte das regiões do interior do estado estão na fase 2 (laranja), definida pelo início da flexibilização, com permissão da retomada de atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércios e shoppings centers, com restrições, a partir de segunda-feira, 1º de junho. No entanto, a abertura dos estabelecimentos fica a cargo dos prefeitos.

A fase 3 (amarela), é chamada de fase controlada e é caracterizada por uma maior liberação de atividades. Nesta etapa, atividades imobiliárias, concessionárias e escritórios podem funcionar normalmente. Bares, restaurantes e salões de beleza podem abrir com restrições, assim como comércios e shopping centers. Algumas regiões do interior do estado estão classificadas nesta fase (veja no mapa abaixo).

Até o momento, nenhuma região do estado está classificada nas fases 4 (verde), de abertura parcial, e 5 (azul), de normalidade, que flexibilizam ainda mais as medidas de distanciamento. Academias, por exemplo, só podem voltar a funcionar com restrições a partir da fase 4. Já espaços públicos, cinemas, teatros e eventos que promovam aglomeração, como jogos de futebol, só podem funcionar ou ser realizados a partir da fase 5, quando há controle da doença e todos os setores podem funcionar normalmente, com medidas de distanciamento e higiene.

Avaliação constante
Vale ressaltar que essa é a classificação atual, mas haverá uma avaliação a cada sete dias para saber como está o controle da epidemia e as condições no sistema de saúde em cada região. Se houver alteração dos indicadores, as regiões poderão evoluir ou regredir de fase. Além disso, uma região só poderá se mover para fases menos restritivas após 15 dias em cada fase, o que corresponde a um período completo de incubação.

De acordo com o governo do estado de São Paulo, foram priorizados setores que empregam mais, com maior risco de falência e que criam menos risco de transmissão da Covid-19. Ainda não há previsão de abertura para os setores de educação e transportes.

O que pode funcionar, e como, em cada fase
Veja abaixo quais atividades podem funcionar em cada fase do plano de flexibilização.
Fase 1
Construção civil
Indústria não essencial
Fase 2
Construção civil
Indústria não essencial
Atividades imobiliárias (com restrições)
Concessionárias (com restrições)
Escritórios (com restrições)
Shopping Center (com restrições)
Comércio (com restrições)
Fase 3
Construção civil
Indústria não essencial
Atividades imobiliárias
Concessionárias
Escritórios
Comércio (com restrições)
Shopping Center (com restrições)
Salão de beleza (com restrições)
Bares, restaurantes e similares (com restrições)
Fase 4
Construção civil
Indústria não essencial
Atividades imobiliárias
Concessionárias
Escritórios
Comércio (com restrições)
Shopping Center (com restrições)
Salão de beleza (com restrições)
Bares, restaurantes e similares (com restrições)
Academias (com restrições)
Fase 5
Construção civil
Indústria não essencial
Atividades imobiliárias
Concessionárias
Escritórios
Comércio
Shopping Center
Salão de beleza
Bares, restaurantes e similares
Academias
Espaços públicos
Teatro, cinemas
Promover eventos que geram aglomeração incluindo esportivos

(Veja São Paulo)