Mensagem do presidente

28/06/2017 14h20
Maioria dos acidentados com moto NÃO é motofretista, aponta estudo

Mais um estudo revela aquilo que quem é do setor de motofrete já vem apontando há muito tempo sempre quando o assunto abordado é acidente envolvendo motos. Ao contrário do que a maioria pensa, grande parte dos acidentados NÃO é de motofretistas e sim motociclistas.

De acordo com levantamento recente, feito em São Paulo por um ortopedista e especialistas em trânsito, os motoboys correspondem a 23% dos acidentados, enquanto que a grande maioria, 77%, dos acidentes, ocorre com motociclistas, ou seja, pessoas que usam a motocicleta como meio de transporte e não para instrumento de trabalho.

Segundo os pesquisadores, apesar de andarem menos tempo sobre duas rodas, quem utiliza a moto apenas para se deslocar do trabalho para a casa ou sair esporadicamente acaba sendo mais vulnerável por ser menos experiente. Conforme a pesquisa, os índices aumentam aos finais de semana, à noite, de madrugada e em horários de pico durante a semana.

Para o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego, João Octaviano Neto, os perfis entre os motociclistas e motofretistas são “muito bem definidos”. Segundo ele, o motoboy está habituado com todas as nuances do trânsito. “Talvez aquele que usa (a moto) só para o transporte é uma presa mais fácil em termos de análise de risco. A circunstância da dinâmica de um acidente é diferente, o motociclista às vezes cai numa bobagem”, afirma Neto, em entrevista sobre o tema.

Esse problema vem desde a forma de habilitação para o motociclista no País, que é precária e precisa ser revista. Em dias chuvosos, por exemplo, não se tem aula em algumas autoescolas. O piloto deveria passar por várias adversidades, entre elas pilotagem a noite, pilotar em pista molhada e isso não é abordado atualmente. Já para ingressar na profissão de motofretista, é necessário fazer um curso obrigatório especial de treinamento e orientação de trânsito de 30 horas para ter autorização de exercer a atividade – isso ajuda a diminuir o número de acidentes.

Mas não é só a exigência de cursos que minimizariam as ocorrências envolvendo motociclistas. O uso de alguns equipamentos de segurança, já exigidos a quem é do setor de motofrete e que são facultativos aos demais, poderia também contribuir, e muito, para um trânsito mais seguro, no entanto, esse incentivo não existe por parte do Poder Público, um deles seria o imposto zero para esses itens.

Em resumo, há uma série de fatores que poderiam mudar essa realidade, que aumenta a cada dia, já que o número de motociclistas é crescente. E o que se pode perceber é que parte dessa mudança depende de um maior empenho do Poder Público.